2 de mai. de 2010

L'amoureuse

Le temps s'est arrêté, les heures sont volages
Les minutes frissonnent et l'ennui fait naufrage
tout paraît inconnu tout croque sous la dent
Et le bruit du chagrin s'éloigne lentement
Et le bruit du passé se tait tout simplement

http://bit.ly/B6lPV


O tempo parou, as horas são voláteis
Os minutos se agitam e o tédio faz naufragar
Tudo parece incerto, tudo trinca sob o dente
E o barulho da tristeza lentamente se afasta
E o barulho do passado simplesmente se cala

1 de mai. de 2010

Carla Bruni no playlist

Ele tinha Carla Bruni dentre milhares de músicas no seu computador. Eu ainda não tinha ouvido, resolvi arriscar. Adicionei na lista.
Perguntei se ele gostava de Carla Bruni, ele nem sabia de certo quem é a Bruni!
O seu disco estava classificado entre os sons … não lembro a palavra que ele usou no seu itunes, mas era algo como 'agradável'.
Confesso três coisas: Gostei das canções dela; que não entendo mais do que sete palavras em francês; e que ele deve entender tanto quanto eu!

Não, obrigada!

Era de um vasto conhecimento musical, rodeado de música e amigos. Eram tantos, que deixei para conhecê-los depois.

Cheio de ideologias em defesa da vida, da igualdade.

Falava dele como se fosse um filme. Um que ele gostasse muito, e já tivesse assistido milhares de vezes. As histórias tinham uma riqueza de detalhes, que às vezes me colocava em dúvida, se de fato ele conseguia ter tantas lembranças e falar abertamente, ou se ele já havia contado tanto esse filme, que tinha se tornado verossímil.

Eram histórias tão intensas, tão inimagináveis para mim, que algumas me causavam estranheza, outras eu adorava.

Alguns anos de diferença, não nos separavam mais que os meus hoŕarios, ou melhor a minha falta de horário.

De uma beleza peculiar, uma vaidade, um sorriso e um abraço, mas lhe faltava paciência.

Ele tinha uma programação cultural para um mês inteiro, tudo na sua mente. Ele sabia dançar.

Dançava tão bem, que eu ficava envergonhada em fazer meus cinco passos na sua frente.

O conselho dele era sempre: 'precisa praticar'!

No fim da noite a vontade era de amanhecer com ele.

Era verão, e o flerte de verão é sempre transitório.

O sol me trás disposição, as altas temperaturas me chamam para a rua. O verão encanta, transforma as pessoas, as deixam mais encantadoras, mais convicentes.

Mas ele queria mais! Queria o “Eu te amo”, e eu? Eu queria o inesperado.

Faltava paciência! Não no sentindo de esperar o tempo das coisas. Mas a paciência imediata.

A leveza de sorrir do comentário bobo, e ainda inventar um final para essa história boba que alguém começou.

Faltou a leveza de rir de nós mesmo! Não da parte dele, mas de nós.

- Mas quando?

- Desde o dia em que nos conhecemos!

- Quantos dias duraram?
- Menos que o verão!
- Voltaria atrás?
- Não, obrigada! Quero aproveitar o outono, que chegou com uma leveza!